O QUE É SER JOVEM AFINAL?
Bem, comemorou-se no passado dia 12 de Agosto o Dia Internacional da Juventude. Foi assim em todo o mundo e em Moçambique não foi excepção, em todas as províncias foram organizados eventos para assinalar a data e confesso que não participei nesses eventos porque não podia mas tambem tenho que ser aberto e dizer que nao me identificava com as agendas programadas, isto é, esperava grandes temas, para grandes problemas, como os são os da Juventude Moçambicana.
Mas mesmo sem ter participado nas comemoracoes enviei mensagens de felicitações para amigos, figuras, dirigentes, colegas que tem dado muito de si em prol da Juventude Moçambicana e mais uma vez quero neste texto reiterar o meu aceno de reconhecimento pela entrega e dedicação pelo trabalho desenvolvido por essas muitas pessoas que apesar das contrariedades tem tentado fazer pelos Jovens.
A discussão sobre o papel da Juventude na promoção do desenvolvimento nacional em Moçambique começou a bastante tempo, razão pela qual nos tem sido inculcada a existência de uma geração na qual nos devemos inspirar, a geração de Jovens que deixou de lado os seus sonhos, e aspirações para lutar pela independência do povo moçambicano do jugo colonial Português e com muito querer e sacrifício essa geração vincou, hoje somos um Estado, uma Nação, um país com trinta e três anos de Independência, devemos isso ha alguns jovens, aos Jovens Marxistas de Ontem.
Essa geração que lutou pela independência deste país, adoptou o Marxismo como linha de orientação para organizar o Estado, e o fez sem saber muito bem o que era isso de Marxismo, mas devo dizer que em algum momento o fizeram tão bem que no início dos anos 80 o país teve dos melhores índices de desenvolvimento económico da historia deste pais. Bem, quando me “atrevo” a dizer que adoptaram o Marxismo sem saber muito bem o que era isso me socorro exactamente dos escritos e depoimentos que jovens dessa era tem nos brindado hoje através de livros, entrevistas,debates, artigos de jornais, ect, mas sobretudo porque pessoalmente me é e continuará sempre difícil de perceber como alguém que a trinta anos atrás, só trinta, era um ferrenho Marxista, um adepto incondicional da estratégia de economia centralmente planificada, tenha passado hoje a banqueiro, capitalista ademais a um capitalista selvagem sem um minimo espaco para o Estado, este ser abstracto que tanto defendo a sua existencia em solo patrio, o que me leva a concluir que é nenhum momento (OS JOVENS DE ONTEM) tenham sido ideologicamente defensores por conviccao de alguma corrente, isto e, nao foram nem Marxistas ontem, nem capitalista hoje, apenas meros actores figurantes em função das oportunidades e circunstâncias que a conjuntura interna(CIONAL) foi ditando.
É sempre bom que ao exteriorizarmos as nossas ideias os leitores como é o nosso caso percebam o alcance da nossa mensagem. Por isso deixa-me dizer que chamamos aqui os Marxistas de ontem que eram jovens quando realizam as suas façanhas históricas e que estão voltando a sê-lo hoje depois de terem sido velhos e moribundos por uns bons e largos vinte e tal anos, para nos ajudar a compreender o que é isso de ser jovem e qual o papel do Jovem no seio de uma sociedade, particularmente, do que é que a sociedade Moçambicana espera dos seus Jovens.
Ora, chegados a esta fase em que os factos estão mais ou menos colocados de forma simplista deixa-me dizer o seguinte: O meu conceito de Jovem não comunga com o conceito legalmente estabelecido, pelo que me consta sao por lei jovens os individuos dos 15 aos 35 anos. NÃO, para mim Jovem é definido por uma palavra que bem caracteriza aos jovens “irreverência”, deve ficar claro que o sinónimo de irreverente, não é e nem pode ser desmando ou desmantelador.
Vem daí que assisti com algum encanto a nomeação para o Comité Central do Partido Frelimo, de alguns jovens “de idade” que acreditei que por essa via traziam alguma irreverência, pois assim, naquele nível decisório poderiam colocar de forma irreverente passe o termo, alguns problemas que apoquentam a Juventude Moçambicana, poderiam ser mais interventivos naquilo que são os desígnios da governação actual, esperava que fossem promotores de debates externos na busca de soluções para o Governo poder responder com sabedoria e mestria aos desafios em que nos encontramos mas para o meu desagrado e desapontamento de muitos irreverentes, estes jovens se mostram mais velhos que os próprios velhos, amarrados a dogmas que os próprios velhos vão aos poucos “desmachando”, estáticos, e perfilados em posicionamentos nao muito convincentes, com medo de agir e de fazer, enfim, não estamos a tirar o proveito que augurávamos de ter jovens nesse grande pólo de decisão, certamente e sem dúvidas chegaremos lá, mas como de habitual fora do timing.
Mas para a minha satisfação alguns velhos descobriram que a irreverência é a característica básica da Juventude por isso descobriram depois de muito tempo que ainda é possível ser se jovem, e nesta lista imensa de “vellhos” irreverentes deixa-me dizer que são muitos mas quero destacar alguns, (Namburete, Sérgio Vieira, Alice Mabote, General Jacinto Veloso, Jorge Rebelo, Armando Guebuza, Joaquim Chissano, Graça Machel.......) olha a lista extensa, não que sejam muuuitos, pois eu assim o desejava e seria benéfico que o fossem aos milhares, mas esses são alguns dos poucos velhos que nos tem brindado cada um na sua hora e a sua moda com declarações e atitudes que poucos de nós teria a coragem de tomar, aquilo a que chamo de decisões irreverentes próprias de jovens, que infelizmente nós os jovens de idade somos moldados para não as tomarmos sobre o risco de vermos o comboio das oportunidades passar.
E então vejamos, num país em que grande parte da população é jovem porque é que continua sendo tabu quando ainda que com esmero e competência adquiridas e comprovadas vê-mos um jovem a tomar cargos de destaque? Este é um país que não pode viver exclusivamente do passado deve e merece ir para frente, mas também temos uma história rica que nos pode servir para aprender algumas coisas. Alguém se lembra ou se terá esquecido que os Marxistas de Ontem eram jovens quando tomaram o poder do jugo colonial para proclamar a Independência Nacional, e que ainda Jovens dirigiram esta nação até hoje que estão a rejuvenescer?
Quero ser sincero, este texto não termina aqui, terminará quando os Jovens deste país unirem-se em prol do desenvolvimento nacional, quando definirmos uma agenda clara e mecanismos de actuação para marcarmos a nossa geração, o que só poderá acontecer quando os Jovens Moçambicanos, nos mais diversos ramos de actividade, dos diversos partidos, das diversas secções assumirem o seu verdadeiro papel de irreverentes pois os exemplos dos Marxistas de Ontem nos mostram que em algum dia teremos que recuperar o tempo perdido como temos acompanhado. “PARABÉNS AOS IRREVERENTES”.
Travel Ideas
Há 1 ano
Alo Noa, escreveste um texto interessante. Vamos continuar a reflectir sobre a juventude Moçambicana.
ResponderEliminarUm abraço