segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A VITORIA ESMAGADORA E CONVINCENTE DO PARTIDO FRELIMO NAS ELEÇÕES AUTÁRQUICAS DE 19 DE NOVEMBRO

DESAFIOS PARA O PARTIDO FRELIMO

Foi na semana finda feito anuncio formal dos resultados das últimas eleições autárquicas, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) em que a Frelimo e seus candidatos foram vencedoras em 41 vilas municipais, tendo perdido na Beira para a presidência do Município e vai a uma segunda volta no município de Nacala.

Não há e nem pode haver dúvidas de que o partido Frelimo, foi um justo vencedor, um vencedor a escala nacional, e que devemos a partir de já trabalhar no sentido de contribuir para que este partido governe por forma a criar desenvolvimento e melhoria substancial das condições de vida dos munícipes. Alguns com alguma razão, dirão que alguns candidatos vencedores são em termos de CV ou de capacidade inferiores a “marca” Frelimo, ou melhor terá sido a marca Frelimo que os conduziu a vitória e não a expectativa em termos de ideias desses candidatos. Com relação a esse aspecto, é preciso dizer de forma clara que agora, já não são candidatos são Presidentes eleitos dos municípios em que cada um de nós vive, pelo que, devemos conjuntamente trabalhar por forma a termos municípios a altura das nossas expectativas.

A razão principal deste texto é que a Frelimo ganhou. A Frelimo ganhou de forma esmagadora e a escala nacional. É bom que se diga, que foi uma vitória fruto do trabalho, pois vimos as bases da Frelimo a escala nacional escolherem os seus candidatos, vimos a Frelimo a fazer campanha em todos os municípios, vimos altos membros do partido serem destacados para trabalharem em todos os municípios, e o resultado não poderia ser outro.

Contrariamente a aqueles que pensam que a Frelimo pode voltar a uma situação “de partido ditarial” porque vai governar sozinho, ou sem oposição, eu penso que sim a Frelimo tem Desafios na sua governação, mas também é verdade que a Frelimo tem sempre governado sozinho, porque não me recordo se já tivemos alguma oposição real ou no verdadeiro sentido político da palavra, salvo em alguns momentos intermitentes, pelo que, a Frelimo está habituada a governar sozinha, contudo temos é, que contribuir por forma que essa governação não seja em prejuízo dos munícipes.

Os Desafios da Frelimo, este era na verdade a essência deste texto, ou melhor de um texto que ainda não tive “maturidade” o suficiente para terminá-lo, porque é um assunto sensível e complexo ao mesmo tempo, mas vou de forma “law profile” dar os segmentos do que chamo de Desafios ao partido Frelimo.

Primeiro para dar segmento a esta abordagem é importante reconhecer que o estilo e os ditames da governação do Presidente da República centrando o discurso no distrito como pólo de desenvolvimento, auscultando as comunidades locais e precisamente colocando fundos para apoio as iniciativas locais, constituem a meu ver o principal enfoque para esta vitória retumbante.

Vem daí que constituí, ou deverá constituir prioridade para os novos Presidentes ter uma governação inclusiva e partcipativa, fazendo com que as propostas sejam homologadas na Assembleia Municipal, mas que elas tenham surgido das auscultações aos munícipes, que os planos a ser implementados ao longo dos 5 anos do mandato, sejam objecto de avaliação pública após um determinado período (por exemplo dois anos), que as estruturas municipais consigam deixar claro aos empresários, sobretudo aqueles que apoiaram as suas campanhas eleitorais, que estão agradecidos pelo apoio, mas os muncipíos não serão suas lojas, ou apartamentos, a lei terá que ser cumprida de forma igual para todos.

Bem, afinal o que é que nos propomos a enunciar como Desafios, não é nada mais nada menos que pedir ao partido Frelimo e seus candidatos que saibam conviver com a crítica, ela vai surgir, e deverá surgir, sobretudo quando for para fortificar e melhorar a gestão muncipal. Mas neste cenário de uma “esmagadora” vitória talvez não igual a que se espera que venha a registar com o Presidente Guebuza, que vai ganhar com uma margem aproximada aos 90%, espera-se que a Frelimo e os seus candidatos tenham uma alta capacidade de auto-crítica, um debate interno forte, sem ideologias ou linhas ou hierarquias políticas por forma a se encontrarem as melhores respostas para os problemas dos nossos municípios.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Jovens, vamos lá combater o HIV e SIDA!

Queria começar por me desculpar aos leitores assíduos deste caderno virtual, pois esperavam saber qual é o meu posicionamento com relação ao HIV e Sida. Bem, para não ser repetitivo e pouco cometido decidi fazer saber da minha contribuição, pelo que quero compartilhar convosco a Carta que escrevi a direcção máxima do Conselho Nacional de Combate ao SIDA na perspectiva de vos levar acreditar que queremos e podemos vencer o HIV e SIDA.

A responsabilidade no Combate é sob ponto de vista orgânico da responsabilidade das instituições coordenadoras, neste caso, o Conselho Nacional de Combate ao SIDA por isso os escreví, contudo, Amigo! Você pode fazer mais do que tem feito para reduzir o índice de HIV e SIDA em Moçambique, mas deve ser já.

Embora estejamos conscientes de que parte da solução do problema é da inteira responsabilidade do governo e da sociedade moçambicana pois segundo as palavras da Dra. Luísa Diogo “está em jogo a vida da Nação” (in Plano Estratégico Nacional 2005-2009) queremos deixar bem vincado que nós os jovens poderemos fazer muito mais do que temos feito, sobretudo quando se fala em mudança de atitude, ademais quando falamos de jovens com um assinalável grau académico, com algumas possibilidades económicas, como os leitores deste texto.

E como Jovem, uma das Respostas “criativa” própria de Jovem que podemos deixar aqui patente para além da indispensável mudança de comportamento e de atitude que deve ser liderada pelos indivíduos mobilizadores de massas, falamos de jornalistas, artistas, músicos, políticos, desportistas, actores, tendo um discurso e acções incentivando a fidelidade e a prevenção, isto é, incentivar com actos e acções que levem a que os nossos ídolos sigam os nossos exemplos, acredito que chegou a hora de nos nossos espectáculos, nos nossos programas de rádio e televisão, nos nossos jornais, nos nossos ambientes mais concorridos de lazer, criarmos “o minuto do Sida” uma espécie de um segundo de reflexão, onde se fala de indicadores, em que se responde a uma pergunta de cultura geral, um concurso qualquer sobre o assunto, pois de cal em cal, essa acção sem nenhum dispêndio económico, terá certamente o seu impacto positivo a curto médio e longo prazo.

Contudo penso que é consensual por parte dos jovens, por isso permitam reiterar que a vitória no combate ao HIV e SIDA só será certa quando nos for dada a oportunidade de participar de forma efectiva na concepção de políticas e estratégias para redução desta pandemia que está dizimar Moçambique, e foi com esse espírito que escrevi a direcção do CNCS a carta que vem em seguida:

Cordiais Saudações

“Não posso desistir, esta luta é nossa, esta guerra é dos jovens”

Em primeiro lugar queiram aceitar as minhas desculpas pelo facto de estar a apresentar-me por via do email, mas tem se mostrado extremamente difícil tentar abordar algumas ideias com V.Excia, certamente que por razões de agenda.

Meu nome é Noa Inácio, sou membro duma organização juvenil e actualmente, mas me mais confortável ao me caracterizar como um dos participantes na organização do I Encontro Nacional da Juventude sobre o SIDA.

Excia,

Sou daquelas pessoas, que quando participa em algo ou melhor quando acredito em alguma coisa tento e faço de tudo para levar avante mesmo que o habitual seja sermos desacreditados ou encontrarmos muitos constrangimentos pela frente. De recordar que uma das conclusões desse encontro é que a juventude deveria ser mais interventiva no processo de advocacia ou de modo geral ser a referencia no combate ao HIV e SIDA, razão pela qual foi proposto a criação de uma equipe de trabalho que haveria de liderar as acções futuras pós o I encontro e divulgar as conclusões do primeiro encontro.

Enquanto jovem, constitui uma derrota pessoal saber que até hoje nada foi feito e parece que nada será feito e sobretudo que corremos o risco de chegar ao II encontro e discutir as mesmas coisas e apresentar as mesmas conclusões. Mas porque todos os dias somos chamados a fazer e não esperar que alguém faça por nós, liderei uma equipe de jovens que desenharam um programa a que chamamos “Mapeamento Nacional” que consiste em estudar as causas e buscar as prováveis respostas para o crescente índice de contaminação pelo vírus em cada região, usando a teoria de “problemas locais e soluções locais” submetêmo-la apreciação do Conselho Nacional do Combate ao SIDA, e até hoje não fomos respondidos.

Excia,

“Não posso desistir, esta luta é nossa, esta guerra é dos jovens”

Tenho estado a registar ultimamente um crescente de actividades culturais e desportivas que “aglomeram” muitos e muitos jovens por causas nobres, desporto, dança, cultura, concursos ect, ect, e para o meu desagrado estes espaços não tem sido aproveitados para disseminação de uma mensagem sobre o HIV e SIDA os jovens aglomerados poderiam constituir um grande pólo de fazer passar a mensagem mas para o meu desagrado o CNCS não tem aproveitado estes espaços para acções de sensibilização e advocacia.

Muitas das vezes somos criticados por criticar e não sugerir, por isso estou em fase avançada na minha parceria com um jornal com objectivo de criar um espaço sobre o SIDA onde poder-se-á abordar não só sobre dados estatísticos, informações correntes, textos, mais também de algumas entrevistas sempre na perspectiva de aumentar o conhecimento e divulgar para vermos se invertemos a atitude dos jovens com relação a pandemia e são daquelas coisas que outros também podem fazer.

Excia,

Sou testemunha do cometimento que V.Excia tem por esta nobre causa “a luta contra esta grande pandemia” sou também testemunha do desapontamento pelo comportamento de risco que grande parte dos jovens tem levado a cabo, sobretudo nos espectáculos, praia, ect., ect, ainda assim acredito que o remédio é trabalhar, e trabalhar, trabalhar cada vez mais exactamente nos locais onde os jovens estão cada vez mais reunidos, trabalhar junto dos locais de lazer e diversão que aglomeram maior parte dos jovens, trabalhar com jovens com comportamentos de risco mas que ao mesmo tempo são mobilizadores de massas. Para isso estamos sempre, sempre, sempre ao vosso dispor.

Para terminar, queria mais uma vez pedir desculpas por usar o email para enviar algumas ideias. Uso este meio infelizmente porque a “burocracia” nem sempre permite-nos chegar até vós e ter discussões deste género, mas ficaria muito feliz se ficasse claro que este texto é uma demonstração clara de que nós os jovens queremos fazer e temos várias propostas para apoiarmos no combate ao HIV e SIDA, mas se não nos ouvirem se não nos convidarem dificilmente poderemos alterar alguma coisa.


“Não posso desistir, esta luta é nossa, esta guerra é dos jovens”