sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O SISTEMA INTERNACIONAL EM 2007

As grandes realizações no Sistema Internacional em 2007


Em primeiro lugar gostava de aproveitar neste artigo para endereçar a todos os leitores deste caderno virtual espalhados pelo mundo um feliz natal e próspero 2008, estas felicitações vão especialmente ao povo moçambicano e espero sinceramente que em 2008 possamos todos juntos dar passos largos no combate a pobreza absoluta e na redução dos índices de infecção e contaminação por HIV\SIDA.

Sem dúvida que no ano que ora finda diversas foram as realizações ao nível do globo e certamente que não estamos em condições de prestar um comentário cabal sobre todas elas mas tentaremos mencionar algumas que ao nosso ver provocaram certamente um grande alcance ao nível do Sistema Internacional e como de habitué aquelas que tiveram um impacto regional e nacional olhando para Moçambique.

Falando das realizações globais, destacamos o protocolo de bale na Indonésia, sobre questões ambientais que marca o décimo ano da assinatura do pacto Kioto, acertado no dia 11 de dezembro de 1997, na cidade japonesa de Kyoto, que obriga 36 países industrializados a cortarem, até 2008-2012, suas emissões para um patamar 5 por cento abaixo do verificado em 1990. Em bale foi reitarado o esforço das reduções de emissões de gazes e teve o grande ganho de ter conseguido influenciar de algum modo aos EUA sobre a necessidade de sua participação activa neste desafio.

Ainda a nível global destaco a conferencia de anápolis, onde a comunidade internacional relança os esforços para o processo de paz no Médio Oriente, pois todos começam a falar de uma forma una a possibilidade da criação de um Estado Palestiniano em 2008 soberano, democrático, e estável. Penso que este esforço é de louvar visto que este pode ser o conflito câncro do Médio Oriente e a sua resolução pode significar o fim dos conflitos na região e contribuir para o enraízamento da paz no mundo. Contudo sou dos analistas muito cépticos quanto a possibilidade de se alcançar uma paz, visto que o HAMAS tem sido marginalizado nos processos negociais e eles representam uma grande número de fiés e seguidores ao meu ver seria benéfico procurar integrá-los nas iniciativas de paz.

Para dar seguimento as realizações ao nível do mundo não poderia deixar de mencionar a cimeira entre Europa-África realizada em Lisboa no âmbito da Presidência Portuguesa da Uniâo Europeia, por sinal bem conduzida esta presidência. Esta Cimeira que ao meu modesto ver não permitiu em termos claros e concretos o relançar dos níveis de ajuda ao desenvolvimento da Europa para África, mas serviu para que África mostra-se a Europa que está cada vez mais madura em termos de dimensão política uma vez que não aceitaram os pré-condicionalismos para a realização da Cimeira e estiveram em bloco. Mas também penso que alguns países da Europa caso de Inglaterra e outros mostraram aos Estadistas Africanos que ainda não estão realmente cometidos em apoiar África, razâo pela qual ser mostrar-se cada vez mais importante que os problemas Africanos tenham que ser resolvidos pelos Africanos.

Descendo para África penso ser importante destacar ao nível regional (SADC) o relançamento do processo de Integração Regional marcado por abolição de vistos de entrada e sobretudo pela assinatura do protocolo de livre comércio de pessoas e bens que poderá entrar em vigor em 2008.

O conceito de democracia começou mostrar-se cada vez mais enraizado no continente uma vez que um número considerável de Estados procedeu transições políticas com base em processos eleitorais justos, e neste assunto de transições sem dúvida destacamos as eleições no ANC que marcaram o fim da hegemonia de MBEKI para o início do reinado de ZUMA que mostrou sinceramente que em África a consolidação das bases populares é uma realidade e os políticos que continuarem a lêr gráficos e números esquecendo das expectativas populares poderão perder eleitorado, acredito que é um grande alerta para Moçambique.

Chegado para as questões internas de Moçambique com algum alcance internacional, é imprescindível comentar o prémio Mó Ibrahimo recebido pelo Presidente Joaquim Alberto Chissano pelos seus feitos por Moçambique e pelo mundo como uma forma de impulsionar que os Estadistas façam cada vez mais pelos seus e não para sí, e que abdiquem do poder quando os seus mandatos assim o determinarem foi uma grande montra para a imagem que Moçambique tenta construir no concerto das nações, de um país estável uma democracia consolidada e estabilidade política clara, com altas condições para atraír investimentos externos o que tanto precisamos para combater e erradicar a pobreza absoluta.

Para terminar assistimos como se fez referência acima, a um “despertar” por parte do governo Moçambicano no sentido de esboçar estratégias para fazer face a incontornável Integraçâo Regional, o que apanhou de surpresa sectores chaves da sociedade moçambicana. Daí que mais uma usamos este meio para insistir que o governo faça mais e muito mais para que não sejamos engolidos no processo de Integração, isto pressupôes que o governo defina claramente os sectores onde tem maiores vantagens absolutas e possa daí alocar fundos com juros bonificados para os agentes dessas áreas afim de torná-los mais competitivos e nesse sentido a meu ver o Turismo é um deles.

Deste modo só me resta desejar a todos um feliz natal e bom 2008 e mais uma vez reitarar que para que haja um mundo melhor todos tem que estar cometido com a sua missão, isto é, com actos e acções que possam manter a paz, a estabilidade, combater a fome etc, só assim chegaremos a esse tão dificultouso anseio de um mundo melhor e cada vez mais justos. Aos Moçambicanos em especial força venceremos o SIDA inimigo número um no combate a erradicação da pobreza absoluta.