terça-feira, 2 de setembro de 2008

O CONFLITO NO CÁUCASO E ASCENÇÃO DA RÚSSIA

A NOVA RÚSSIA - O ERGUER DE UMA SEPERPOTÊNCIA

Os factores Geopolíticos e geostratégicos, sao alguns dos mais destacaveis na analise e comportamento dos Estados na defesa dos seus interesses vitais, e estes devem ser vistos como um conjunto de elementos e condições ou agentes de natureza geográfica e estratégicos susceptíveis de serem operados na construção de modelos de interpretação da realidade Política.

O caso da Russia e sui generis no que tange ao enquadramento destes factores no alcance do interesse nacional, e constituiram ao longo dos termpos factores determinantes no delinear da sua Politica Externa. Estamos claramente a fazer saber que os factores geopolíticos e geostratéticos constituem os elementos pivotais quando se pretende perceber como a Rússia tem conquistado o seu poderio ao longo dos séculos, e podemos de forma teórica garantir que estes factores, justificaram o conflito no Cáucaso, e como se fez referencia estes factores podem nos ajudar a compreender o reerguer da nova Rússia.

O erguer da Rússia é uma realidade. Uma realidade baseada na sua ascenção e “controle” da região do Leste Europeu, desafiando a aspiração do alargamento da União Europeia ao esférico geográfico das ex-Repúblicas Socialistas Soviéticas, pois foi sempre o controle desta região que justificou a condição de grandeza da Rússia, acima de tudo uma ascenção com o grande mérito de ser acompanhada pela consolidação da sua economia sendo das que mais cresce ao nível do globo, com o grande ganho de estar anualmente a registar altas taxas de décrescimo do desemprego, aumentando o poder de compra, garantindo assim a melhoria das condições de vida dos cidadãos Russos.

Queremos recordar que apesar da Rússia ter saído no final da II Guerra Mundial totalmente atingida pela guerra o que a deixou em condições deploráveis, ainda assim elevou o seu Status de suporpotência devido ao seu poderio militar mas foi sobretudo pelo facto de ter conseguido estender a sua influência política e ideológica pelo mundo fundamentalmente sobre o Leste Europeu que a Russia atingiu a sua grandeza no globo.

E com ascenção de Vladimir Putin para comandar os destinos do Kremlin, não só veio colocar o fim na recessão deixada por Yelstin e Gorbacthev mas fundamentalmente veio dar um rumo a Rússia, abrindo portas para um “captalismo” que só permitiu o erguer da economia Russa com uma gestão dos jazigos de petróleo e gás que ajudaram a consolidar e equilibrar as relações com a Europa, uma espécie de captalismo não doutrinário, que não rompeu com os grandes alicerces de domínio Russo, baseados num forte controle do Estado, pouca abertura para as liberdades civicas, e um apoio económico aos países da região que foi permitindo garantir a Rússia a influência junto da região. A governação de Putin aproximou a Rússia da Europa na condição de parceira, baixou a tensão com os EUA, e fez com que a Rússia ganhasse um lugar de destaque no concerto das nações.

Esta consolidada governação de Putin no Kremilin que teve de ser terminada por força da Constituição, uma vez que já não podería se recandidatar a um terceiro mandato, apesar do povo assim o desejar, está sendo seguida por Dimitr Medvdev, ademais, o Presidente Russo, tem como seu Primeiro Ministro, Vladmir Putin, de tal modo que está claro que a Rússia abriu um espaço para que Putin continuasse a dar segmentos ao seu projecto de ascenção política, económica e militar da Rússia.

A diplomacia americana que lêu (tardiamente) a ascenção da Russa, constatou claramente que a Europa já não estava em condições de "travar" a ascenção Russa, e que pelo contrário, a estabilidade Europeia e o seu crescimento dependiam em grande medida da Rússia. Foi nesta leitura em que os EUA viram uma Europa cada vez mais "presa" a Russia que determinou o avanco da Diplomacia Americana na tentativa de travar o avanco da Rússia rumo a captura do Leste Europeu, uma região fortemente dividida por fronteiras étnicas. A medida inicial americana foi a proposta de reconhecimento da independência do Kosovo, contra a vontade da Sérvia e da Rússia e no campo estratégico decidiu com justificação de proteger interesses norte-americanos, instalar escudos antí-misseis na Polónia.

Todas estas acções levadas a cabo pelos norte-americanos não só representam que a Rússia começa a ser uma ameaça cada vez mais real para os EUA sob ponto de vista de hegemonia mundial e que estas acções visam não permitir que a Rússia volta a recontruír o seu grande império, mas se olharmos atentamente para a "cautela" com as quais elas são desencadeadas revelam que os EUA reconhecem o poderio Russo.


A aspiração Europeia de alargar a sua coligação para países vizinhos da Russia, isto é, as ex-Repúblicas Soviéticas, bem como para a tentativa Norte-Americana de travar o controle Russo da região do Leste Europeu, não tardou e foi a que a UE e os EUA menos esperavam, uma vez que a Rússia invadiu o Cáucaso atacando a Geórgia de Mikhail Saakashvili destruindo infra-estruturas estratégicas e militares como é a ponte Kaspi que assegurava o abastecimento de petróleo do Azerbaijão á Geórgia e Arménia, uma invasão que teve a justificativa de constituir um travao a itenção de Tbilis em recuperar a força a região separatista da Ossétia do Sul protectorado Russo.

Como resultado desta intervenção que culminou com a declaração de independência da Ossétia do Sul e da Abkházia que foram copiosamente reconhecidas pela Rússia em resposta ao caso do Kosovo, a Rússia não só passou uma mensagem de domínio para países com os quais não tem óptimas relações (Polónia, República Checa, Ukrânia, etc, etc) para além de ter colocado mais distante da UE a Georgia e a Ucrania, mas também demonstrou que a Europa não está em condições de enfrentar vigorosamente a Rússia. Acima de tudo esta intervenção foi fundamental para que a Rússia desse um grande avanço para alcance do seu “grande” interesse de controlar efectivamente o Mar Negro.

Como resposta ao propósito dos EUA de colocar os escudos antí-mísseis na Polónia, a Rússia enviou para Venezuela dois bombardeiros estratégicos da Força Aérea Russa “Tupolev-160” e vai realizar com estes país manobras de treino militar envolvendo vasos de guerra com mísseis nucleares e convecionais aviões da marinha, como que a caminho de se instalar estratégicamente na Cuba ponto geostratégico muito importante para conter as acções militares norte-americanas anti-rússia.

Todas estas acções desencadedas por estas potências e/ou Estados são melhor lidas a luz da teoria de jogos que é um método formal e matemático de análise do processo de decisão em situações de conflito ou de crise e podemos desde ja dizer que pelo nivel de accoes desencadeadas entre os contendores este e um jogo equilibrado.

Sem dúvidas que estas acções terão algum impacto negativo para a Rússia, principalmente porque a Europa vai intensificar os esforços de saír da relacao de dependencia em que se encontra com a Rússia devido aos recursos energéticos (petróleo e gás) e pelo que se sabe a Inglaterra já anunciou um encontro para discutir o uso de energias renováveis, isto terá certamente repercussões no crescimento económico Russo fortemente dependente dos recursos energéticos, mas como se sabe sao projectos, que tem o seu tempo para a sua materializacao.

Ainda assim, a grande análise que se deve retirar das acções desencadeadas quer pela Rússia ou contra a Rússia, como se fez referência no título e no desenvolvimento do texto, é que a grande Russia esta se erguendo, construíndo a nova Rússia , que pode não ser necessariamente similar as fronteiras do Grande Império Russo, mas certamante que a longo prazo o mundo verá erguer-se a Nova Rússia também muito forte e com grande capacidade de influência global.

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