quinta-feira, 3 de maio de 2018

A Morte de Dhlakama e o Desafio para a Paz em Moçambique

Afonso Dhlakama morre numa fase em que em parelha com o Presidente Nyusi buscavam se genuinamente para Paz. Ha alguns de nós com titulos academicos e visões eurocentricas que não concordavamos com os sinais de acordo mais eram os primeiros de tantos que pareciam ser genuinos embora ha quem os considera.se tortos ou que careciam de emendas. Quero neste paragrafo prestar homenagem ao Heroi que nos ajudou em momentos em que nunca estivemos preparados a olhar para o outro angulo de analise, a compreender o outro e aceitar o diferente. Infelizmente ainda ha muitos entre nós que nao conseguem conviver e nem aceitar o diferente. Ha gente assim deste lado e daquele, e para esses que a nossa escrita se dirige neste momento de prestar homenagem a um homem sem igual. Vos escrevemos para vos dizer que Dhlakama morreu de morte natural, apos ter resistido ha varias batlhas militares, e esperamos que este facto seja compreendido como uma etapa que deve ser merecedora a todos mocambicanos, isto e, ja ultrapassamos o momento em que mocambicanos perseguem mocambicanos com armas. Neste momento, esperamos que o Partido Frelimo e o Governo de Mocambique sejam maduros para entronizar a contribuicao de Dhlakama para desenvolvimento nacional e pacificacao do pais e que nao so se lamente a perda mas sobretudo que nao se rasga tudo que se aocrdou, que nao se aproveite a morte de Dhlakama para asfixiar as liberdades, para ludibriar as expectivas dos homens armados posicionados em Gorongoza para evitar que haja outros mocambicanos a entender a forca de armas como a razao para lutar pelas suas liberdades e conviccoes. Entendamos este momento como uma perca de um patriota que tentou implantar um modelo em que o pensar diferente fosse apanagio da nossa sociedade e que em Mocambique tivessemos espaço para todos. É responsabilidade de todos os mocambicanos sabermos valorizar as diferencas e garantir que possamos todos sentar a mesa e discutirmos os nossos problemas. Nao podemos deixar de mencionar que infelizmente Dhlakma nao preparou a sua sucessao politica, e sera complexa pela forma como a RENAMO sempre se posicionou tendo uma forca armada que coabitava com uma ala politica progressista. Essa coabitacao nao muitas vezes coabotavam o mesmo espaco geografico mas tinham na figura de Dhlakama o pendulo angular de convergencia. Fazer a uniao destas duas forcas deste mesmo movimento sem o seu pendulo nao vai ser facil mas nao pode servir de razao para que as RENAMOS nao se entendam e haja uma vitoria de uma sobre a outra que possa implicar a destruicao dos consensos alcancados e consequentemente regresso a guerra.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Um Partido em Crise - A FRELIMO precisa. se reencontrar com o Povo

A génese ideológica do partido FRELIMO reside no povo, tendo sido sempre a sua base de apoio e centro da sua actividade, o povo, ou se quisermos usar termos políticos as massas populares. No entanto, hoje em plenos 2018, longe dos 40 e tal anos de independencia, o partido FRELIMO nao consegue compreender as alterações demograficas económicas que fizeram alterar o perfil analitico e modus operandi das massas populares, e consequentemente esta o partido a perder a sua base de apoio. Nesta era, Moçambique é um país com mais de 40 instituições de ensino superior, que tem um nivel de implantação que se alarga ate aos niveis distritais com um nível de anafalbetismo entre os 40% mesmo esses com acesso a radio, comunicaçoes escritas e televisionadas la nas zonas reconditas onde por norma encontram-se os maiores aglomerados populacionais, ou seja, junto dos maiores centros habitacionais ha uma interacção constante entre pessoas letradas e nao letradas, mas sobretudo ha condicoes para que o que se discute em Maputo ser comentado nesses locais em menos de 1 minuto e vice e versa. Esta transformação social nao me parece que tenha sido correctamente compreendida pela FRELIMO, pois as mensagens politicas difundidas continuam sendo de triunfalismo e de grande sucesso mesmo para areas, onde nao ha agua potavel, escolas, estradas, etc, mesmo para locais onde os edis/gestores sao corruptos, violadores etc, a mensagem e de que o partido esta bem. Nao se pode compreender como e que desde 1962 ate perto de 1990 e que se podem encontrar registos de reunioes politicas em que se ensairam transformações politicas que alteraram o modus de vida da sociedade. As lideranças contemporaneas que vivem no Moçambique inserido num universo completamente diferente da epoca da sua gesta, ja deveria ter mudado os seus simbolos, actualizar o seu hino, forma de eleição dos seus membros e ate a sua correlação com o Governo e orgaos de jusiça. Para aqueles que gostam de exemplos para compreender factos, na China a ultima reuniao decidiu que o Presidente tem um mandato vitalicio, e uma decisao para responder as dinamicas na luta contra corrupçao e no reforço da unidade e coesao nacional na visao do Partido Comunista Chines, correcto ou nao, houve uma transformação. Quero recordar, que quando Armando Guebuza se tornou Secretario Geral da FRELIMO e consequetemente candidato a sucessão de Joaquim Chissano sua primeira missão foi devolver o partido as bases, foi reorganizar o partido desde a base foi dar voz as comunidades rurais, desenvolveu um programa chamado Presidencias Abertas onde se reunia com as comunidades rurais ouvindo suas preocupações e solicitando delas propostas de soluçoes, desenvolveu o programa 7 milhoes que facilitava o acesso a financiamento a projectos nos distritos, todos estes actos tiveram o condao de unir o distrito e as cidades capitais, de trazer as massas para economia formal, de os fazer participar na vida activa do país, isso teve os seus meritos embora fosse um processo que poderia ter dado frutos melhores ainda. Essa sao ideias que se encontram com a raiz ideologica da FRELIMO, pode ser discutiveis o metodo de aplicação mas ai encontramos a FRELIMO a voltar ao povo. De forma negativa temos assistido nos ultimos tempos o nascimento de uma equipe de gangsteres que se enraizaram nas estruturas do partido e usam seus simbolos para fazer negocio, para decidir quem se posiciona nos orgaos de decisao e chefia, numa especie de mafia que controla o partido para controlar o governo. Esses carteis que capturaram as "primeiras" familias, oferecendo lhes participações em negocios, servindo-se de assessores economicos e financeiros, foram transformando o ADN dos membros do partido FRELIMO sobretudo os mais graudos que do dia para noite tornaram se grandes empresarios e ferozes capitalistas que operam nas maos e nas mentes de gente com conduta duvidosa que se serve destes para ganhar muito mais. Sao esses grupos de pessoas, que mandaram civiciar Ercino de Salema, Jose Macuine, Carlos Jeque, que mandaram matar Amurane etc, que o fazem com intuito de que a FRELIMO deve ser temida, que pensam que estao a garantir que sejamos intocaveis quando contrariamente estao a sujar a maioria dos membros e carimbar uma imagem de que a FRELIMO e contra a liberdade das pessoas e de expressão, Esses gangster estao a se esquecer que o povo esta ver e vai nos julgar, mas como ja comprararm conciencias ao mais alto nível nao ha coragem de forma energica da direcção do partido se insurgir com seus comportamentos e nem mesmo captura-los e punir publicamente. Esse sim, seria um acto de transformação, de se encontrar com as raizes ideologicas do nosso partido. Num contexto em que o país vive uma crise economica sem precedentes, marcada pela contração dos preços dos nossos recursos estrategicos no mercado internacional, em que nao temos apoio ao orçamento de Estado por parte dos parcerios de cooperação derivados das dividas ocultas, nao nos podemos reunir e como conclusao dizermos que a nossa saude é boa. Nao, nao, a FRELIMO que se confudia com o povo e que era sua principal porta voz neste cenario em que as pessos estao a enfrentar dificuldades devido ao elevar do preço de transporte, de combustivel, de produtos de primeira necessidade, sem capacidade de investir em infra estruturas sociais, se disser que esta bem, esta mostrar e demonstrar que nao fala em nome do povo ou pior ainda que desconhece o estado da alma do povo moçambicano. Quando apelamos que o partido FRELIMO precisa se reencontrar com povo, isso claramente se faz com um processo de profundas transformações, que significam, fazer uma limpeza de fileiras, desfazer as suas ligações com empresarios corruptos, deixar a justiça agir de acordo com a lei e que puna os corruptos seja eles de que grau e dar uma indepencia real as forças de defesa e seguranca para agirem contra os criminosos sem nenhuma especie de ressalvas. Esse exercicio, significa perder parte de poder de impunidade, mas evita que seja o povo a fazer a limpeza por via de actos eleitorais, pois a ser assim, ate aqueles membros com dignidade e projectos serios ja nao vao poder salvar o barco. Esta necessidade de se encontrar com o povo, esta sendo manifesta em forma de processos aqui ao nivel dos partidos da região, vimos o regime do ANC perder as principais cidades Sul Africanas para Aliança Democratica, vimos o MPLA ter que se demarcar da liderança de Jose Eduardo dos Santos e perseguir corruptos ainda que fossem da sua familia ou seus leiais, vimos a ZANU PF ter que fazer um impeachement ao MUGABE, vimos MAGAFULI na Tanzania a desemvolver uma politica de restriçao economica e ataque cerrado a corrupção, todos estes cenarios tem o lado comum de que o povo ja estava decidido que nao mais poderia continuar a viver de forma como vivia que havia uma necessidade de dar um BASTA, infelizmente, no meu partido quem decide nao esta ter a capacidade de fazer essa leitura. É visível que a crise que se vive ao nível do partido FRELIMO tem como epicentro a luta pelo controlo do partido, havendo grupos de interesse que orquestram fora das estruturas formais mas com olhos postos para dentro do partido, como forma de assegurar a manutenção do seu poder. Sao esses grupos, que não aceitam a descentralização, que nao dao benção o dialogo com lider da Renamo, que nao conseguem assimilar a palavra inclusão e que pretendem perpetuar-se no poder num processo quasi monarquico atraves do controlo das estruturas do partido que nao permitem que a FRELIMO faça a roptura necessaria para acompanhar a historia. Essa FRELIMO que trabalhou para o povo, que sempre foi porta voz do povo, hade voltar, mesmo que para isso o povo nos tenha que impor que regressemos as nossas raizes. Esta e a forma que encontro para me solidarizar com os casos que temos assistido que em nada abonam para o nosso pais e assegurar as vitimas e seus familiares que isso nao e a forma da FRELIMO de estar na politica, sao mafiosos e malandros que capturaram mentes importantes do nosso partido, mas estamos vigilantes e tambem esperamos expulsa-los do nosso seio.