quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Jovens no desenvolvimento do distrito: Muitos projectos e pouco crédito, in Notícias, Sexta-Feira 20 de Agosto de 2010 - Economia


HÁ DIFICULDADES NO PLANO FINANCEIRO

Noa Inácio, jovem licenciado em Relações Internacionais e Diplomacia beneficiou de um estágio pré-profissional promovido pela AEFUM, entre Janeiro a Fevereiro de 2006 na província de Nampula no distrito de Mogovolas.

No seu regresso à cidade de Maputo, elaborou alguns projectos nas áreas de agricultura, pecuária e construção de um posto de abastecimento de combustíveis.
“Todos esses projectos foram desenhados em 2006, mas só no início de 2009 é que conseguimos mobilizar um parceiro para viabilizar o projecto de construção de bombas que, entretanto, ainda não foi implementado”, disse. Noa Inácio, disse ser céptico em aceitar que é empreendedor porque apesar de ter esboçado os projectos ainda não tem nada tangível no terreno.

Afirmou ainda que instituições com capacidade financeira, no âmbito da sua responsabilidade social, deveriam se aproximar da iniciativa porque “lá onde queremos colocar as nossas acções empreendedoras, iremos desencadear um processo de multiplicação e de geração de renda; de riqueza e criar novos tipos de micro e pequenas empresas, sem esquecer a questão da mão-de-obra”.

“A questão lucrativa vem muito depois, pois como deve se aperceber, projectos como estes que são gerados via recursos de financiamento até chegarmos à nossa própria fase de “take off” (descolagem) vamos levar muito tempo; quer dizer, teremos que fazer o projecto numa fase inicial numa perspectiva social, isto é, com intuito de responder àquilo que foram os capitais que foram investidos, para depois chegarmos a uma fase em que com capitais próprios possamos avançar. Mas estou seguro que uma vez avançado com o projecto das bombas o resto vai se seguir com alguma facilidade; temos que saber esperar e sermos pacientes”, disse.

Questionado sobre o valor dos seus empreendimentos, Noa Inácio, afirmou que tem “projectos um pouco ambiciosos em várias vertentes”. “Por exemplo, a empresa que vai construir as bombas disse-me que o custo desta componente do projecto vai ser de cerca de 10 milhões de meticais. Mas existem outras componentes que incluem um parque de estacionamento; restaurante; residencial, e tudo isto envolve custos. Acreditamos que se tivermos mais cerca de 5 milhões adicionais podemos avançar com todo o projecto”.

Outra expectativa de Noa Inácio é de ver os fundos de iniciativa local (vulgo 7 milhões de meticais) concedidos pelo Governo Central para potenciar os distritos na luta pelo desenvolvimento, passarem a contemplar projectos de jovens recém-graduados.

A fonte, realçou também que o seu projecto para a instalação do posto de abastecimento de combustíveis em Mogovolas, teve aceitação por parte do Fundo Nacional de Energia (FUNAE).

“Estamos em busca de sinergias para construir essas bombas de combustível em Mogovolas. Neste momento, o projecto está na avaliação da empreitada e creio que está na fase do visamento do contrato por parte do tribunal administrativo”.