segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

OS EUA na busca da paz entre Israelitas e Palestinos

O PROCESSO DE PAZ ISRAELO-PALESTINO

O conflito Israelo-Palestino representa um dos mais antigos conflitos de que o mundo já viu, com mais de 60 anos, motivado por causas extremamente multidimensionais desde razões religiosas, históricas, políticas, culturais, económicas e que para resolução do conflito, nenhuma desses causas de per si pode ser ignorada.

Um dos elementos que acabam influenciando negativamente para o processo de paz entre estes dois povos é sem dúvida o facto de que para a solução deste diferendo confluírem diversos interesses externos, isto é, outras potencias quer por motivos históricos, económicos e até defesa de interesses religiosos, etc, terem sempre uma palavra a dizer na solução do conflito, onde se destacam naturalmente os EUA, a Grã-Bretanha, os países do Médio Oriente, a Rússia etc que constituem a par de instituições multilaterais como NU e UE o núcleo duro dos países com capacidades influenciar a dinâmica do processo de paz Israelo-Palestiniano. .

A comunidade Internacional mais uma vez voltou-se a unir para tornar possível a criação de um Estado Palestiniano, livre, soberano e democrático. Neste esforço global de resolver o conflito central do Médio Oriente (o conflito israelo-palestiniano) encontramos os EUA e o Presidente George Bush na dianteira, estes que definiram como a grande linha de Política Externa a resolução do conflito israelo-palestiniano. Como grande alavanca deste processo foi realizada á 27 de Novembro de 2007 a Coferencia de Annapolis nos EUA onde se espera ter iníciado as negociações para criação de um Estado palestiniano livre e soberano a coexistir com o Estado de Israel.

No quadro desta tentativa de encontrar um entendimento entre Israelitas e Palestinos é facto que a diplomacia americana tem conseguido engajar a comunidade internacional no apoio a solução do conflito no Médio Oriente. Facto ilustrativo é o apoio que o Presidente Mamud Abbas o líder Palestino tem recebido dos EUA assim como de outros países Ocidentais. Contudo, penso que neste esforço dos EUA em apadrinhar um entendimento entre Palestinos e Israelistas, diversos aspectos extremamente sensíveis para as negociações entre estes dois pontos, não tem sido levados em consideração dentre os quais destacamos o envolvimento do HAMAS no processo de paz.

Como é possível falar de uma solução entre Israelistas e Palestinos, numa altura em que é visível e notório que no território palestino está-se numa espécie de conflito inter-palestino entre o HAMAS e o FATAH de Abbas. As últimas eleições na palestina acabaram sendo ganhas pelo HAMAS que formou o governo mas assistimos mais tarde o Presidente da Autoridade Palestina Mamud Abbas a demitir o governo dominado pelo Hamas e proclamar o estado de emergência convidando de seguida o independente Salam Fayyad a formar um governo de emergência.

Esta decisão foi tomada num contexto em que era acentudo o nível de confrontação interna, entre as milícias do Fatah pró Abbas e as milícias do Hamas. No entanto como consequência desta decisão acabou se criando uma situação insólita no seio do território Palestino, onde a Faixa de Gaza e a Cisjordânia aparecem actualmente como duas áreas separadas, sob controle do Hamas e do Fatah respectivamente.

Quando falamos de questões sensíveis que estão a volta deste processo de paz penso ser indispensável lembrar que os países Árabes lançaram em Beirute no ano de 2002 a iniciativa de paz com Israel em que foram destacados por Amr Moussa Secretário Geral da Liga Árabe o Egipto e a Jordânia para estabelecerem com Israel os passos negociais uma vez que estes dois Estados Árabes estabeleceram acordos de paz com Israel. Os países propunham-se a normalizar as relações com Israel e reconhecer a sua existência enquanto Estado caso Israel aceitasse retirar dos territórios ocupados desde a guerra dos 6 dias (1967) Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e os monte Golã. Fomos buscar dentre os várias iniciativas de paz no Médio Oriente esta com objectivo de destacar que para a solução deste diferendo existe um problema de traçado fronteiriço que deve ser tratado tomando em consideração também outros povos árabes e não só os Palestinos o que não está acontecendo com a devida exigência.

Quería mais uma vez parabenizar os EUA por engajarem a comunidade internacional na procura de um entendimento entre Palestinos e Israelistas que signifique a coexistencia entre os dois povos. Mas os factos mandam dizer que o Presidente Bush ao pretender ter como “troféu” do seu segundo mandato a sua acção externa e mais precisamente a solução do conflito palestino, uma vez que determinou que espera que até 2009 já se tenha assinado um acordo entre as partes, mostra que está a marginalizar a dimensão e as dinâmicas do conflito entre israelitas e palestinos. E essa “pressa” é que pode não permitir que aspectos fundamentais para que realmente se alcance um acordo duradoiro entre as partes possa ser alcançado, o que me leva a ser muito céptico, com relação a probabilidade de se alcançar um acordo de paz entre as partes.

Contudo, é importante reconhecer que o papel dos EUA tem se mostrado fundamental para o alcance de um provável acordo de paz, consubstanciado pelo facto de que tanto Mamud Abbas líder Palestino assim como Ehud Olmert o governante Israelita serem homens que mostram vontade para o alcance de um entendimento. Mas porque as dinâmicas de conflito entre os dois povos se confundem com as expectativas dos povos da região muitos aspectos tem que ser tomando em conta como por exemplo o lançamento de roquetes do Líbano para o Israel, o facto de Israel enquanto se vão fazendo as procedendo as negociações de paz nunca cessar os ataques aéreos ao território Palestino.

Apesar do brilhante papel dos EUA para produzir um entendimento entre as partes como acima se fez referência, diferentes aspectos concorrem para que este processo não resulte em êxitos, lembrando a título exemplificativo que o quarteto para paz que tinha nomeado Tony Blair para liderar o processo de paz no Médio Oriente, sente que os EUA tem liderado de forma isolada o processo e quando este necessitar de apoios das outras potências, aí os EUA poderão não ter apoio; Os EUA tem pouca legitimidade entre os Palestinos e entre os Árabes no Geral o que dificulta acreditar que estes consigam enganjar os Estados Árabes para este processo; a solução para a questão de Jerusalém por ser um lugar santo que divide religiões, não está sendo procurada tomando em questões os diversos Estados sobretudo que tem suas aspirações a ter em conta; Dentro do território Palestino o Hamas é um grupo extramente sensível com grande número de fiés e seguidores e até controla parte do território como se espera alcançar a paz entre Palestinos e Israelitas sem tomar em conta este grupo que sublinhe-se chegou ao poder por meio de eleições.

Estas são acima de tudo algumas indicações que acredito que se não forem tomadas em consideração dificilmente poderá ser alcançado um acordo de paz, que possa simbolizar realmente a coexistência pacífica entre palestinos e Israelitas. Mas é bom que fique claro que as bases lançadas em Annapolis são de extrema importância e sobretudo com a vontade que os respectivos povos tem mostrado em encontrar uma saída, penso com um envolvimento genérico da comunidade internacional em ajudar que Israel tenha condições de rever as fronteiras de 1967, isto é, envolvendo os Estados Árabes e outros com alguma palavra no conflito aí sim poderemos alcançar um acordo entre Palestinos e Israelitas que reflicta uma coexistência pacífica entre os dois Estados.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Turismo um veículo de Projecção Internacional de Moçambique

TURISMO EM MOÇAMBIQUE

Há muito que sentia, e isso é consensual, que o Turismo em Moçambique poderia ser um dos ramos dos quais em caso de uma grande aposta por parte do governo, sector privado e comunidades traria um significativo apoio no que concerne aos índices de crescimento económico do Estado. Mas a minha idéia passou a ser melhor consubstânciada com as explicações, idéias, debates, trocas de impressões com vários académicos e amigos, onde sem dúvida destaco o dr. Nelo Machava “o Turismólogo” , que me impulsionou de alguma forma a escrever este texto.

O grande potêncial turístico de Moçambique, concentra-se em grande escala nos seus recursos naturais (praias, recifes, parques naturais, ilhas, arquipélagos, fauna e floresta, etc) e de alguma forma pela tradição histórico-cultural (diversidade cultural, tipo de habitações, patrimónios da humanidade casos de “Timbila, Ilha de Moçambique”) entre outros factores como a estabilidade política e económica e o espírito acolhedor do povo Moçambicano.

Se é bem verdade que os dados acima expostos poderiam servir para fazer de Moçambique uma potência turística ao nível do mundo uma vez que pudemos ver que os factores actractivos do Turismo em Moçambique encontram-se desconcentrados quer em diversas áreas e sobretudo em diversas regiões do país, onde temos no Sul o parque do Limpopo e várias praias e ilhas no Maputo, Gaza e Inhambane e parque de Gorongoza no Centro, praia de wimbi no Norte, Lago Niassa, etc, só para citar alguns factores actrativos da actividade turística espalhados pelas províncias e pelas regiões do país. Também é verdade que muito há ainda por fazer para tornar o Turismo um factor chave e crucial para o desenvovimento económico de Moçambique

Neste contexto de fazer mais para tornar Moçambique um destino preferencial para actividade turística, sem dúvida que teremos que fazer uma grande viragem, grandes mudanças começando ao nível da legislação, isto é, criando regulamentos normativos que criem direitos e deveres específicos para o turista e seguindo a uma estruturação das comunidades de modo a que saibam retirar os benefícios da actividade turística.

Quería dar exemplo da praia do Tofo uma das mais actrativas quer para nacionais e estrangeiros sobretudo na quadra festiva, mas para o meu desagrado e de muitos, a estrada que saí da cidade de Inhambane à praia de Tofo encontrar-se em mau estado de transitabilidade o que sem dúvida acaba sendo um vector para retrair a actividade turística, sendo um dos exemplos dos quais devemos trabalhar mais, isto é vias de acesso de qualidade para os locais turísticos.

Para posicionar Moçambique como destino turístico de classe mundial a promoção turística é um instrumento importante para o crescimento do turismo, e ainda não se trabalhou no sentido de criar condições para que Moçambique faça parte das grandes rotas turísticas mundiais, e sobretudo pouco ou nada se está a fazer para publicitar a imagem turística de Moçambique nos grandes canais e estações mundiais que se dedicam na difusão e expansão dos potenciais turísticos.

Ao nível das redes hoteleiras é inconcebível que um país com a extensão como a de Moçambique tenha somente qualquer coisa como três hotéis de 5 estrelas e ainda nesses poucos hotéis carecem ainda de um grande investimento para se tornarem equiparados as grandes unidades hoteleiras mundiais, e assim sim tornarmos cada vez mais actrativos.

Estamos agora numa fase de comércio livre, uma etapa do pocesso de integração, penso que isto vai permitir que todos produtos que os Turistas tem trazido nas suas viaturas possam ser adquiridos aqui a preços baixos e caso se crie um regulamento para o turista podería permitir que os Turistas não entrassem com seus produtos o que contribuiria para o enriquecimento dos agentes comercias locais, e sem dúvida tirariamos proveito deste processo.

Quando falamos em projecção Internacional de Moçambique baseado no Turismo, alguns podem não nos entender, mais podemos passar o exemplo do Hawaí, quinquagésimo Estado dos EUA, possui a capital mais desejada e visitada pelos turistas, Honolulu, um verdadeiro paraíso localizado na ilha Oahu. O turismo garante 72% da economia do Estado de Hawai, dispondo de um excelente nível de serviço nas categorias de hotelaria, transporte, espetáculos e também de restaurantes, reconhecidos mundialmente. Pesquisas realizadas mostram que o Hawaí tem um dos mais altos índices de aprovação entre os turistas do mundo inteiro.

Porquê não tomar os exemplos de Estados como Hawai, países como Cuba, Jamaica e procurar perceber como é que estes países retiram benefícios do turismos; porquê não buscar parceiros internacionais BM, FMI, BAD, Commonwealth, EUA, SADC entre outras e definir programas e projectos específicos para o sector do Turismo.

A projecção internacional de Moçambique se fosse também definida sobre uma forte abordagem turística, talvez poderíamos chegar a longo prazo a ter um sector que garante em 72% a economia do Estado como vimos acima com o HAWAI, mas certamente teríamos a curto e médio prazo um grande máquina que permitiria mobilizar outros sectores da economia casos de Educação, Comércio, Indústria ect, o que contribuiria para enraizar a estabilidade política e económica de Moçambique.

Moçambique é um Estado que foi "turísticamente" abençoado, com grandes recursos naturais, como foi acima abordado, e com um povo extremamente acolhedor, e cada vez mais com recursos humanos qualificados condições férteis para desenvolver o Turismo. Mas posso garantir que enquanto o governo de Moçambique não olhar para este sector como estratégico para o desenvolvimento económico, este que seria um dos sectores em que Moçambique tem vantagens comparativas na SADC o que podería permitir que tirassemos vantangens da Integração Regional, mas sinceramente se não se fizer nada com urgência corremos o risco de ficar apagados como um destino Turístico Mundial.