quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O Voto de Protexto - Negociação de Paz em Moçambique Muito mais do que as minhas convicções politico-partidarias, étnico, religiosas ou questões de outra índole a minha postura enquanto cidadão pontifica um bem por mim considerado o mais nobre de todos, e este bem chama-se Moçambique. Pensar Moçambique, proteger Moçambique, desenvolver Moçambique e defender Moçambique constituem para mim tarefas primeira e ultimas as mais nobres que deveriam obcecar qualquer cidadão de bem, quanto mais aos jovens Moçambicanos. Neste mês da Juventude, escrevo este texto, o meu voto de protexto, para expressar o meus mais alto sentido de repudio e revolta quer a FRELIMO e a RENAMO, pela forma desinteressada, pouco seria, e sem nenhum primor pelas gerações vindouras e por um alto sentido de desrespeito pelas expectativas de milhares de jovens que compõem o mosaico socio-economico desta nossa bela pátria. Não e nenhuma novidade para ninguém que a negociação de Paz coloca em sede de dialogo dois contendores o Governo e o Partido RENAMO, mas parece por vezes ser imperioso lembrar que o partido que suportou a candidatura do Presidente Nyussi foi o partido FRELIMO e cabe a este orientar o processo de governação nas suas mais diversas facetas, isto e, e neste partido através das suas mais diversas organizações de massas onde o Governo busca “orientação” para poder tratar das opções de concessão nas negociações com a RENAMO em particular e o traçado das politicas programáticas de para Moçambique no geral. As razões objectivas do meu protexto prendem-se com o facto de que os homens armados da RENAMO que estiveram na guerra dos 16 anos já terem ido a reserva ou seja estão em aposentadoria, tanto quanto os generais das Forças Armadas de Moçambique que entraram para as forças em 1975 tambem estão na reserva, nem me parece digno aqui mencionar onde estão os libertadores da pátria seguindo este raciocionio, para dizer que, são jovens nascidos por volta dos anos 80 que são actores desta guerra, que estão no teatro das operações quer por um ou por outro lado. Se quisermos ser pragmáticos iriamos dizer que dos perto de 10.000 membros das Forças Armadas de Moçambique, 90 % destes são jovens soldados e praças, e quase a mesma composição dos pouco mais de 600 homens armados da RENAMO dispersos pelo pais são jovens. Entristece-me saber que a mando de igoistas, estes jovens, tem a missão de semear dor, luto há outros jovens que decidiram abraçar o empreendorismo para fazer suas vidas e contribuir para erguer Moçambique. Estes generais na reserva não nos deixam transportar nossas carrinhas do Zumbo ao Save sem escolta, não nos deixam cultivar a terra, não nos deixam ensinar nas escolas, não nos permitem cuidar dos doentes nos hospitais e mais do que tudo não nos deixam pensar num Moçambique sem a triste memoria deste presente. Do lado dos homens armados da RENAMO, esta claro que houve novos recrutamentos, o mesmo verifica-se nas Forças Armadas, onde não são incorporados homens acima dos 35 anos. Não há sombra de duvida que são jovens, que estão no teatro de operações, apenas para satisfazer o ego, igoismo, arrogância e prepotencia dos generais da reserva quer da esquerda quer da direita. Escrevo numa altura em retomou o dialogo, que se encontra “ encalhado” nas duas premissas que mais movem a alma dos generais, (i) os da FRELIMO de que a constituição não se mexe e de que basta aniquilação física de Dhlakama para o alcance da Paz e (ii) os generais da RENAMO a dizerem que não se lembram que existe alguma Constituiçao e nem sequer o objecto que esteve em disputa nas eleições Presidenciais que pretendem apenas governar em 6 Provincias. Transcrevo este meu pensamento como forma de incentivar o papel dos mediadores internacionais, como forma de transmitirem em sede dialogo a nossa voz, o nosso desalento, os jovens querem uma Paz efectiva e completa em Moçambique. Fica cristalino para qualquer observador atento, que os mediadores internacionais não parece que terão vida facilitada por quem os contactou, parece mais uma manobra de diversão e perca de tempo, pois nem mesmo as condições para sua permanência tinham sido preparadas, ou ate mesmo as posições de cada parte de tal modo que a mediação tivesse o seu papel de buscar alternativas para aproximar as partes. Os generais veem nos mediadores um impecilho ao seu desejo de ver mais jovens mortos nas ruas, mais hospitais saqueados e mais camiões e bens de jovens Moçambicanos vandalizados. Quem tiver duvida de que os generais da reserva estão a fazer uma guerra combinada contra os jovens, basta olhar atentamente para a situação da seca, ao enfraquecimento da moeda nacional, basta olhar para a situação da balanca de pagamentos e divida publica, basta olhar para o refreamento do mercado mineiro sobretudo do carvao que víamos como o nosso eldorado, basta olhar para o adiamento constante do inicio da exploração do gas de Rovuma, entre outras contrariedades que nos obrigaram a rever orçamento e as nossas previsões de crescimento económico, fica claro para qualquer “líder” em pleno gozo das suas faculdades que temos muitos e sérios problemas que não nos permitem estar em guerra. Esta combinação de factores dava tanto jeito para que os generais solicitassem um interregno das suas acçoes beligerantes para reflectirem em alternativas para concertar este pais pois esgotam-se ate as condições para comprar armamento para colocarem nas nossas mãos. Estes generais na reserva, estão TOTALMENTE decididos em matar os jovens nem que seja com a ultima bala e depois de não mais haver combustão para alimentar a logística de guerra ai voltam a sentar-se para decidir se sobre o “tacho” para erguer a economia. A didática deste texto, não e para vangloriar arrogância e prepotência dos generais na reserva mas sim alertar que estamos conscientes de que a guerra que movem e contra nos os jovens, tem como objectivo estrangular os nossos sonhos de desenvolver Mocambique. Por essa via fazemos questão de sublinhar que o fim dessa vossa fantochada negocial sera um acordo e posteriormente eleições, para que tenham em atenção o efeito politico futuro da vossa falta de comprometimento. Nessa altura meus nobres generais, mesmo que reste um único jovem, nos não vamos esquecer a guerra que travaram contra nos, e mesmo que não estejam fisicamente em vida por morte natural reconheceremos os vossos discípulos e os escorreçaremos as vossas memorias impregnadas nas suas mentes, e governaremos unidos, do Ruvuma ao Maputo por um Moçambique verdadeiramente melhor. Mas para que não fique uma ameaça, e nos pareçamos convosco, transmitindo uma ideia errónea de que queremos governar, ou que pensamos como vocês de que so ligado e agarrado ao poder e que um cidadão contribui para o seu pais, deixamos ficar aqui algumas ideias com intuito de vos aproximar e por essa via se reconciliarem com a maior parte deste Moçambique os jovens. Na assembleia da Republica tentem não insultar-se, tentem usar o tempo da bancada para discutir agenda proposta, tentem ao máximo ler os documentos propostos e se preocupem pelo menos em propor e aprovar um projecto de lei que e uma das vossas missoes a par da fiscalização ao Governo, mas queria repetir o pedido para lerem os regulamentos que aprovam e os documentos que vao a discussão, a vossa vida privada dispensamos. Neste momento de negociação respeitem e confiem nos nomes por vos propostos para conduzirem as negociações desde a Comissao Mista ao mais alto nível e imiscuam-se de dar os vossos palpites. Ao nível da FRELIMO em particular existe um Presidente, um dirigente não parece correcto que tudo e todos expressem publicamente e desordenamente a sua opinião sendo ou não membro da Comissao Politica, alias, quanto mais responsável for maior devia ser a sua preocupação em preservar o partido, o seu mais alto órgão o Presidente, varias vozes, difusas e obtusas acompanhadas de rusgas da Comissao Politica so vao complicar. E dizem que existe no vosso seio uma ala radical, expliquem a essa ala radical que mais dia menos dia, por estes ou por outros, a constituição vai ser alterada, assim foi em 1975, em 1978, em 1990, 2004, e assim por diante. Quanto a RENAMO, convidamos a lembrar que nos moçambicanos estamos gratos pelo vosso contributo para a democracia mas não aceitamos que sejamos por isso vossa moeda de negociação permanente e para aspectos que posteriormente e ciclicamente não cumprem, recomendamos que existam numa so voz, na politica e não nas matas, sugerimos que proponham alteração da Constituiçao para que haja eleições de Governadores, administradores, em 2019, que proponham um modelo alargado de descentralização adecuado ao nosso contexto e aceitem indicar nomes para governadores e provem que tem quadro capazes e competentes para Governar este pais, e comecem já a se organizar porque o acordo termina e as eleições chegam, já não há mais espaço de manobras e nem de reclamações para fraude. Se deste acordo não fizerem a entrega de armas e a incorporação dos vossos homens armados nas Forças de Defesa Segurança não exitaremos em mover um abaixo assinado para vossa ilegalização enquanto partido politico. As alterações de forças nos Estados na região Austral de Africa, vistas quer através dos recentes resultados nas eleições Sul-Africanas, ou nos movimentos de contestação no Zimbabwe, Angola, e ate mesmo nas medidas politicas que se viu obrigado a impor o Presidente Magafuli na Tanzania, tem um significado comum, os jovens querem um novo rumo, e quando esta decisão chega não há vento e nem armamento que o possa travar, infelizmente, os generais através dos seus grupos e movimentos de megafone virão achar que este e mais um produto de embaixadas ou primaveras arabes e nunca de descontentamento interno por perca de legitimidade dos actores do arco da governação. Nos os jovens esperamos assim que negociem franca e abertamente e tendo em conta que os vossos actos hoje contam para a nossa decisão amanha.

2 comentários:

  1. No momento que comento aqui. Esta terminar uma missao do FMI que veio negociar com o Governo acçoes indicativas para retoma do apoio ao Orçamento derivado da divida publica (MAM, PROINDICUS, EMATUM) num cenario em que a economia esta quase que estagnada, nao ha ao nivel de instituiçoes publicas a rubrica de investimentos. Uma tregua sem data limite foi acordada entre o Presidente Nyusi e o lider da Renamo na base de telefonemas directos, ordens para retirada das tropas governamentais do cerco a Gorongoza foram dados, e esperamos sem duvida ver a incorporaçao dos homens da Renamo nas FDS, esperamos ver o modelo a ser acordado para descentralizaçao, para a composiçao da CNE, etc, esperamos que o Pilar PAZ seja um ganho desta governaçao que ja esta no meio do seu mandato.

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