sexta-feira, 4 de junho de 2010

AS SAUDADES QUE SINTO DE SAMORA MACHEL

“Os meus encontros, reuniões, com Samora não são muito fortes na minha mente”

Mais do que as últimas tentativas de banalização sobre os alicerces que estão sendo criados para que os jovens moçambicanos contemporâneos constituam uma geração com causa própria, ou até mesmo os vilipêndios que alguns políticos publicamente lançaram em tempos para a juventude moçambicana, sem duvida a atitude egoísta, anti-patriótica, pouco inclusiva que tem sido levada a cabo pelos meus chefes, pelos meus dirigentes, para para comigo, isto é, para com os jovens,acotovelando-nos,tirando-nos as pequenas oportunidades de contribuir no desenvolvimento nacional em detrimento de gente que já tem e sempre teve, é exactamente isto que me fez sentir saudades de Samora.

É tambem verdade que sinto saudades de Samora num momento particular, em que jovens de Setembro e de Março tem vindo publicamente em fervorosos debates televisivos afirmar paradoxalmente que Samora marcou suas vidas, que Samora acreditou neles ainda jovens para exercício de várias funções, mas o hoje os vejo abocanharem tudo e mais alguma coisa, assistindo passivamente o engrossar de listas de jovens desempregados, delapidam o herário público, multiplicam suas participações em postos de trabalho, e quando empregam jovens sequer aceitam suas contribuições para decidir e para governar.

Não é necessariamente forçoso ter um emprego público ou privado para testemunhar o que eu passo, o que os jovens passam, para comprovar o comportamento dos jovens de Setembro e de Março para com a Juventude Moçambicana, basta apenas lêr os anúncios de emprego nos jornais e vêr os requisitos solicitados ou até acompanhar os mecanismos de apoio e de tramitação de projectos empreendedores submetidos pelos jovens moçambicanos.

Os jovens de Setembro e de Março reiteram publicamente ter merecido confiança de Samora ainda muito jovens. Por isso me questiono, porquê quando desafiados pelo Presidente Guebuza para participarem no entusiamo á criação de uma causa nacional para os jovens contemporâneos, espantosamente, na sua maioria como que a demonstrarem nenhuma vontade de vêr a juventude a crescer, a participar, a contribuir a sentir-se verdadeiramente moçambicano, esses jovens do antigamente até hoje que vos escrevo este artigo, na sua maioria permanecem no silêncio, agindo sorrateiramente contra os propósitos da criação de uma geração com história própria e feitos tangíveis, actuando sempre contra os propósitos dos jovens nas empresas públicas, privadas, na sociedade em geral.

E quando os filósofos, académicos, escribas, e dirigentes, de Setembro e de Março,os dirigentes de proa, decidem participar nesta ideia de construção de causa nacional dos jovens contemporâneos, extranhamente preucupam-se em ter cada vez mais espaço e reconhecimento, chamando a sí gerações desconhecidas, chegando ao cumulo de banalizar o esforço de alguns, questionando de forma pouco pedagógica ou didáctica as premissas que sustentam a Geração de Viragem como desapontadamente acompanhei nas declarações de um filósofo de Setembro.

Por ter sido uma das primeiras pessoas, se não mesmo a primeira, com um artigo público a dar os meus contributos para clarificação dos alicerces que deveriam ser tomados em consideração para que a Geração da Viragem se tornasse realidade não consigo perceber o porquê da banalização do assunto pelos jovens de Setembro e de Março como bem se refere Estevão Mabjaia no seu artigo “ Geração da Viragem-esclarecer, ignorar ou banalizar?.

Ora, se é verdade que vós sois ou deveriam ser os nossos guias que de vós deveriamos pegar o testemunho para continuar com os desafios pela causa nacional, do mesmo modo que Samora em vós apostou, não seria o caso de usarem da vossa experiência, do vosso conhecimento, dos vossos canudos académicos para formatarem positivamente a criação da geração de viragem com o intuito de fazer com que nós os jovens possamos noa apropriar da nossa causa criando oportunidades para participarmos criativamente no processo do desenvolvimento nacional e na preservação da história e cultura moçambicana.

Afinal de que Samora vocês falam nesses debates? De que Samora vocês citam nesses discursos? De que Samora vocês se referem? Esqueceram-se da idade que tinham quando tiveram o primeiro emprego, quando chegaram a dirigentes? Enfim, escreví este meu desabafo de forma destemida porque sei que os meus chefes, os chefes desta pátria, nunca se dão ao tempo de lêr artigos de jovens, mas também consciente de que posso desta forma servir para criar uma consciência nacional no seio dos jovens com o propósito de que urgentemente façamos algo para participar hoje e agora, na construção deste país porque de contrário, no futuro não teremos história para contar, nunca teremos obras tangíveis para delas nos orgulharmos, nunca teremos debates televisivos para falarmos de forma carinhosa do passado.

A oportunidade que se abre na discussão sobre a Geração da vIragem apesar de se afirmar e convir que deveria vir de nós, me parece que deve ser agarrada e defendida com unhas e garras, porque se esperarmos pelos outros, pela passagem de testemunho espontânea dos jovens de Setembro e de Março, não penso que isso algum dia vá acontecer, porque pelo que constato diariamente pela sua actuação, concluo que não estão interessados por uma participação conjunta, lado a lado com a juventude moçambicana contemporânea trabalharem para construção de um Moçambique verdadeiramente desenvolvido.

10 comentários:

  1. Ola Ismael,

    De que lado belo tiraste a foto deste texto? Olha que estou convencido que existam percepcoes mais profundas sobre este texto, que deves acompanhar no dia a dia. Partilhe connoscom.

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  2. Pepe444,

    Obrigado pelo elogio ao Blog. Mas sentiria-me realizado se tivesses deixado a sua reflexao sobre o texto proposto. Queria ficar com o seu ponto de vista sobre o projecto que os jovens de Setembro e de Marco tem para com a juventude actual.

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  3. Geracao, geracao, e mais geracao. A que geracao eu pertenco? De 25 de Setembro, nao. De 8 de Marco, nao. Da guerra, talvez. Empobrecida, sim. Da viragem nao compreendo. As divisoes de geracoes de um pais nao devem ser mecanicamente criadas. Tambem isso de esquartejar epocas historicas so atrapalha os objectivos de desenvolvimento. Veja a replica incosciente dos discursos politicos da actualidade. Sao tao repetidos, tal inocentes e temporariamente curtos como aqueles de futuro melhor, combate a pobreza absoluta, revolucao verde, plantio de jatrofa, nos e que fizemos e fazemos...enfim mais um discurso que nao vao "PARA ALEM DO DISCURSO" como diria o Noa Inacio.

    As grandes viragens deste pais se nao aconteceram com o som das armas (desafio de todos, mas nao o melhor caminho), foram impostos pelas crises. E preciso haver crise social para mudarmos o rumo dos acontecimentos? Recordem-se da Historia das Grandes Revolucoes: americana, francesa, russa, chinesa, cubana...Foi o Jovem Fidel Castro que tirou Frugencio Baptista do ocio, foi o jovem Lenine que afastou a opulencia dos Kzares na Russia imperial, foi o jovem Mao Zedong que tornou a China de um Leao do Mundo salvando-a do assalto ocidental e niponico e ca entre nos? So assim com as nossas OJMs e CNJs nao vamos ao lado nenhum. E preciso manifestar e exigir ferozmente os nossos direitos. Ja nao podemos continuar a assistir a subida vertiginosa dos precos de combustivel a suplantar a subida gotejante dos salarios. Ver dirigentes com mansoes e terrenos gigantescos contra as nossas garagens de renda nos bairros mais reconditos e insanos das grandes cidades, em fim, tudo de melhor e bom para uns e de pior para outros.

    Trabalhar? Sim, vamos trabalhar. Mas de-nos oportunidades. Se a maxima de Arquimedes foi a de que "Dai-me o ponto de apoio, que eu levanto o mundo", a nossa deve ser Dai-nos a oportunidade e a liberdade de pensar e de agir, que nos desenvolvemos Mocambique.

    PS: Pela primeira vez manifestaste NOA. Forca Noa. Gostei da coragem.

    Abraco. Domingos Bihale

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  4. Aié, Manifestei que bom, antes tarde do que nunca, assim diz o adágio. Ora tem sido difícil escrever, e para o meu caso é porque várias vezes sinto exactamente que quando escrevo tem sido muito, mas muito difícil de ser compreendido, ás vezes corremos o risco de sofrer represálias pelas incompreensões que os nossos “chefes” tem do que escrevemos.

    Com o teu comentário e sobretudo com a conclusão que mais adiante farei citação vejo que fui compreendido, vejo que o meu texto está sobejamente enquadrado nas reflexões a que somos chamados a fazer pela comemoração dos 35 anos da Independência.

    Vejo que o meu texto serve para reflectirmos conjuntamente como constituir a agenda real, efectiva que responda aos anseios da juventude contemporânea, não me importa que no final essa agenda seja catalogada de Geração Virada, da Viragem, ou ate da Verdade ou ainda como geração 20 de Janeiro, desde que ela produza resultados positivos. Basta que ela sirva para que eu me sinta, ou melhor que os jovens se sintam participantes activos na busca das soluções para o desenvolvimento de Moçambique.

    Enfim Ngoni, vejo que és um jovem produto da Independência e sem que saibas a que geração pertences ou deves pertencer, deve ser porque não estão sendo criadas causas para que saibas a que geração pertences. Mas Ngoni quem deve criar essas causas para ti? Ngoni, julgas que alguém um dia irá criar?

    Ngoni, infelizmente quem comentou o texto foste tu apenas, mas já sabia e me referi no texto, os jovens de Setembro e de Março (os meus Chefes) não lêem textos de jovens, como poderiam comentar?

    Bem, sei que não vão comentar, mas para que ao invés de comentarem eu sofra as consequências das interpretações erróneas do que pretendo dizer neste texto, permita-me terminar o meu comentário com uma citação explicativa do que o texto pretende abordar e passo a citar.

    “Trabalhar? Sim, vamos trabalhar. Mas dêem-nos oportunidades. Se a máxima de Arquimedes foi a de que "Dai-me o ponto de apoio, que eu levanto o mundo", a nossa deve ser, Jovens de Setembro e de Março, POR FAVOR Dai-nos a oportunidade e a liberdade de pensar e de agir, que nos desenvolvemos Mocambique.”

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  5. Aié, Manifestei que bom, antes tarde do que nunca, assim diz o adágio. Ora tem sido difícil escrever, e para o meu caso é porque várias vezes sinto exactamente que quando escrevo tem sido muito, mais muito difícil ser compreendido, ás vezes corremos o risco de sofrer represálias pelas incompreensões que os nossos “chefes” tem do que escrevemos.

    Mas com o teu comentário e sobretudo com a conclusão que mais adiante farei citação vejo que fui compreendido, vejo que o meu texto está sobejamente enquadrado nas reflexões a que somos chamados a fazer pela comemoração dos 35 anos da Independência.

    Vejo que o meu texto serve para reflectirmos conjuntamente como constituir a agenda real, efectiva que responda aos anseios da juventude contemporânea, não me importa que no final essa agenda seja catalogada de Geração da Viragem da Verdade ou até geração 20 de Janeiro, desde que ela produza resultados positivos, desde que ela sirva para que eu me sinta ou melhor, que os jovens se sintam participantes activos na busca das soluções para o desenvolvimento de Moçambique. É esse o alcance do meu desabafo.

    Enfim Ngoni, vejo que és um jovem produto da Independência e sem que saibas a que geração pertences ou deves pertencer, deve ser porque não estão sendo criadas causas para que saibas a que geração pertences. Mas Ngoni quem deve criar essas causas para ti? Ngoni, julgas que alguém um dia irá criar causas para que te apropries dela? Ngoni, infelizmente quem comentou o texto foste tu apenas, mas já sabia e me referi no texto, os jovens de Setembro e de Março (os meus Chefes) não lêem textos de jovens, como poderiam comentar? Bem, sei que não vão comentar.

    Mas para que ao invés de comentarem pautem por tirar ilações erróneas do que pretendo dizer neste texto, que podem resvalar em represálias, permita-me terminar o meu comentário com uma explicação clara do que o texto pretende abordar e passo a citar.

    “Trabalhar? Sim, vamos trabalhar. Mas dêem-nos oportunidades. Se a máxima de Arquimedes foi a de que "Dai-me o ponto de apoio, que eu levanto o mundo", a nossa deve ser Jovens de Setembro e de Março Dêem-nos as oportunidades e a liberdade de pensar e de agir, que nós desenvolveremos Moçambique.”

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  6. Entao so agora deixaste de ser puxa-saco, oh camarada! Entao viste os teus objectives covardes frustados e agora te identificas com a maioria de nos? Eh triste que o futuro do pais esteja hipotecado no egoismo e covardia exacerbados do see povo! Nao lograste uma pasta no ministerio, direcao ou comissao? E agora mudas o disco e usando a nossa causa comun vans tentar de novo encontrar a tranquilidade financeira de sue gozam os lambe-botas, puxa-sacos e ladroes que bajulam um sistema obsoleto, injusto e corrupto? Percebo que pode ser um choque para ti entender minhas palavras, pois como um politico ordinario sofres de amnesia pos-eleitoral e por isso te convido a revisitar os meus comentarios no teu blog a alturas das eleicoes

    Chikholah Nakhapa

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  7. Ola Chikolah Nakhapa,


    Mais uma vez, a nao deixar os seus creditos em maos alheias, escuso-me de te perguntar se essa terminologia (GERACAO DA VIRAGEM) representa ou pode representar uma oportunidade para a maioria dos jovens em Mocambique?

    Abraco

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