DESAFIOS PARA O PARTIDO FRELIMO
Foi na semana finda feito anuncio formal dos resultados das últimas eleições autárquicas, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) em que a Frelimo e seus candidatos foram vencedoras em 41 vilas municipais, tendo perdido na Beira para a presidência do Município e vai a uma segunda volta no município de Nacala.
Não há e nem pode haver dúvidas de que o partido Frelimo, foi um justo vencedor, um vencedor a escala nacional, e que devemos a partir de já trabalhar no sentido de contribuir para que este partido governe por forma a criar desenvolvimento e melhoria substancial das condições de vida dos munícipes. Alguns com alguma razão, dirão que alguns candidatos vencedores são em termos de CV ou de capacidade inferiores a “marca” Frelimo, ou melhor terá sido a marca Frelimo que os conduziu a vitória e não a expectativa em termos de ideias desses candidatos. Com relação a esse aspecto, é preciso dizer de forma clara que agora, já não são candidatos são Presidentes eleitos dos municípios em que cada um de nós vive, pelo que, devemos conjuntamente trabalhar por forma a termos municípios a altura das nossas expectativas.
A razão principal deste texto é que a Frelimo ganhou. A Frelimo ganhou de forma esmagadora e a escala nacional. É bom que se diga, que foi uma vitória fruto do trabalho, pois vimos as bases da Frelimo a escala nacional escolherem os seus candidatos, vimos a Frelimo a fazer campanha em todos os municípios, vimos altos membros do partido serem destacados para trabalharem em todos os municípios, e o resultado não poderia ser outro.
Contrariamente a aqueles que pensam que a Frelimo pode voltar a uma situação “de partido ditarial” porque vai governar sozinho, ou sem oposição, eu penso que sim a Frelimo tem Desafios na sua governação, mas também é verdade que a Frelimo tem sempre governado sozinho, porque não me recordo se já tivemos alguma oposição real ou no verdadeiro sentido político da palavra, salvo em alguns momentos intermitentes, pelo que, a Frelimo está habituada a governar sozinha, contudo temos é, que contribuir por forma que essa governação não seja em prejuízo dos munícipes.
Os Desafios da Frelimo, este era na verdade a essência deste texto, ou melhor de um texto que ainda não tive “maturidade” o suficiente para terminá-lo, porque é um assunto sensível e complexo ao mesmo tempo, mas vou de forma “law profile” dar os segmentos do que chamo de Desafios ao partido Frelimo.
Primeiro para dar segmento a esta abordagem é importante reconhecer que o estilo e os ditames da governação do Presidente da República centrando o discurso no distrito como pólo de desenvolvimento, auscultando as comunidades locais e precisamente colocando fundos para apoio as iniciativas locais, constituem a meu ver o principal enfoque para esta vitória retumbante.
Vem daí que constituí, ou deverá constituir prioridade para os novos Presidentes ter uma governação inclusiva e partcipativa, fazendo com que as propostas sejam homologadas na Assembleia Municipal, mas que elas tenham surgido das auscultações aos munícipes, que os planos a ser implementados ao longo dos 5 anos do mandato, sejam objecto de avaliação pública após um determinado período (por exemplo dois anos), que as estruturas municipais consigam deixar claro aos empresários, sobretudo aqueles que apoiaram as suas campanhas eleitorais, que estão agradecidos pelo apoio, mas os muncipíos não serão suas lojas, ou apartamentos, a lei terá que ser cumprida de forma igual para todos.
Bem, afinal o que é que nos propomos a enunciar como Desafios, não é nada mais nada menos que pedir ao partido Frelimo e seus candidatos que saibam conviver com a crítica, ela vai surgir, e deverá surgir, sobretudo quando for para fortificar e melhorar a gestão muncipal. Mas neste cenário de uma “esmagadora” vitória talvez não igual a que se espera que venha a registar com o Presidente Guebuza, que vai ganhar com uma margem aproximada aos 90%, espera-se que a Frelimo e os seus candidatos tenham uma alta capacidade de auto-crítica, um debate interno forte, sem ideologias ou linhas ou hierarquias políticas por forma a se encontrarem as melhores respostas para os problemas dos nossos municípios.
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Há 1 ano
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