quarta-feira, 2 de abril de 2008

A MUDANÇA DO STATUS QUO NO ZIMBABWÉ

O FUTURO BREVE DO ZIMBABWÉ

Deixa-me começar por dizer que estou consciente de que devia ter escrito algo mais profundo sobre as eleições no Zimbabwé, mas quero me desculpar aos leitores habituais deste caderno virtual, mas as obrigações profissionais não me permitiram terminar uma série de textos que estavam sendo preparados.

O futuro breve do zimbabwé, é um título sugestivo mas ao mesmo tempo complexo e por consequencia difícil de ser teorizado. Deixa-me explicar este paradoxo se quisermos assim conceber, dizendo que escrevo o texto numa altura em que as notícias que me chegam dão conta que Diplomacia Silenciosa,, está a tentar encontrar alguma solução para uma saída airosa para o anúncio dos resultados finais, ou seja uma solução sustentável, do anúncio de quem sera o próximo Presidente Zimbabweano, sublinhando que para as eleições locais estão sendo conhecidos localmente os resultados.

Bem, para mim a intervenção da máquina diplomática que move, engendra, perpetra a Diplomacia Silenciosa, é que me permite dizer que esta intervenção vem mostrar claramente que no Zimbabwe, está preste a se mudar o Status Quo, mas com esta intervenção a região mostra também que está interessada em ser parceira do próximo Presidente Zimbabweano, ou seja de rapidamente apoiar o Zimbabwe a saír da situação em que se encontra.

Chegado a esta fase de mudança de Status quo, penso que a maneira como as elites locais de momento estão se comportando em relação aos pre-anúncios dos resultados eleitorais, sem vandalizações de muita calma, preocupados com a resolução pacífica da Região, mostra que os Zimbaweanos no geral, que os partidos politicos em particular estão em condições de anunciar o próximo presidente sem se assistir actos de vandalismos e constituír exemplo impar no mundo subdesenvolvido, pois estamos a falar de eleições que não tiveram observadores Ocidentais, sublinho, por este facto a mudança do Status quo vai trazer muitas reflexões, no que corresponde, a crucialdade dos Observadores Ocidentais, para validade das eleições nos países subdesenvolvidos.

Um dos grandes assuntos que deixou Mugabe e a Zanu-FP a ter apoio de grande parte dos cidadãos Zimbaweanos, sobretudo nas zonas rurais, foi a reforma da terra, onde a generalidade da percepção era de que Mugabe tinha tirado a terra dos farmeiros brancos para passar aos negros nativos, e neste ponto posso seguramente avançar que mesmo com a mudança de Status quo, a terra não voltará a ser retirada dos negros aos brancos, mas certamente que vão ser criadas leis e regulamentos que façam com que a terra volte a ser gerida de forma sustentável.

Com relação as estruturas policiais e militares leais ao regime de Mugabe, a experiência manda dizer que em casos de natureza, durante algum periodo sem dúvida, que se vai assistir alguma desorientação ou descordenação no seio das mesmas, mas sem grandes sobressaltos, e depois de algum período terão que encontrar-se pessoas fiéis ao novo Regime para comandar a hierarquia militar zimbabweana, e aí sim esses problemas serão superiorizadas com a própria vontade e necessidade de retornar a normalidade pelas forças vivas da sociedade.

Contudo, quando leio os jornais, vejo as notícias, debates sobre as Eleições, em que pouco se fala sobre o futuro, mas o facto de todos quase que de uma voz única pedirem a mudança no Zimbabwe, penso que só vem, alicerçar a minha hipótese, de que o Zimbabwe vai registar uma mudança pacífica, com alguns distúrbios próprios de uma mudança, mas com apoio garantido dos Estados da Região, mas que abre um precedente para a análise da preponderância dos Observadores Ocidentais, para validar os nossos pleitos eleitorais.

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